Duas Estrelas
As brilhantes figuras que fulguras
nesse puro semblante imaculado
trazem-me alento; sinto-me sagrado
por tamanha leveza e por ternuras.
As brilhantes figuras que fulguras
nesse puro semblante imaculado
trazem-me alento; sinto-me sagrado
por tamanha leveza e por ternuras.
Ó formas circulares, róseas, belas
formas perfeitas, mágicas, divinas!
De delícias supremas, cruas, finas
das panteísticas formas paralelas!
Coliformes fecais em letra e verso
nas linhas purulentas dos compostos
dos músicos modernos do perverso
conceito e dos coprólitos expostos!
Os sonhos doudos doutros homens domam
os sonhos desses homens que não pensam.
Homens que comem, cansam mas condensam;
que casam, caçam, cantam mas não somam…
Trago traços e traumas intratáveis;
são travas que me trancam e atrapalham
os transes cerebrais que mui trabalham
mas não traduzem fatos imutáveis…
Mais uma dor que chega, chega e fica
trepidando no peito amargurado
despedaçando o amor desperdiçado
dentro do coração que petrifica.
Há um ponto final nas frases dessa vida.
É o ponto normal que no corpo ponteia.
Ponto-fogo fatal que até nos desnorteia.
Ponte paranormal d’água desconhecida.
Há milhares de sóis no universo do verso,
há galáxias de luz luzindo belas rimas,
há grandezas além do que tu vês e estimas:
cada letra é um sol no verso do universo.
Não foi a morte quem abraçou a minh’alma
foi minh’alma soturna e asmática e devassa
que co’ ela se abraçou. Entregue a vida crassa,
não houve alternativa: A morte trouxe calma.
Meus diversos boçais textos, irreversíveis
em folhas de papéis vivos, brancos, funestos;
expressões anormais de anseios vagos, lestos;
gritos rotos sem paz, lágrimas descritíveis…
Entrar fora do mundo ousando descobertas
exigiu ambição e gran’ tecnologia;
Vermelhos Sociais dalém da guerra-fria
criaram nova base e geraram alertas…
Os sons da morte têm vida e graves tinidos;
metálicos faróis de pólvora ecoando
na cabeça sangrenta; há almas ressoando
no espaço assustador de astros desconhecidos.
Neste eterno arrastar, destroços e cabelos
estão a revoar em sonhos desprezíveis
querendo ultrapassar os mais difíceis níveis
da vida crua em flor; conseguirei vencê-los?
O verbo ódio nasceu e causou grande impacto;
à luz escureceu esplendorosas vozes
desfazendo o apogeu das vítimas e algozes
ruindo a solidão num modo mais compacto.
Órbitas morais em fatais caveiras,
errantes e lastimáveis viventes,
caricatas figuras vis, doentes
cruzando a morte e a vida nas fronteiras.
A alva vida lentamente evapora
sucumbe matando o principal sonho;
Flutua no céu amargo e risonho
avermelhado, cru, turvo na aurora.