O Vulto Vivo
O sangue que jorrou morosamente,
marcando um temporal, um infortúnio
foi resultado duma insana mente,
descuido atroz durante um plenilúnio…
O sangue que jorrou morosamente,
marcando um temporal, um infortúnio
foi resultado duma insana mente,
descuido atroz durante um plenilúnio…
Anoitecendo em vendavais incertos
e sucumbindo aos pesadelos tristes
em vãos lamentos lancinantes vistes
a luz final por entre os céus abertos!
Assim que acordei mirei no horizonte
dois passos andei e os olhos arderam
senti-me mui mal, meus céus forneceram
um sonho abissal na face simbionte
Joguei os fatais jogos ignorantes
navegando em naus feitas por terceiros…
Sofri colisões pelas incessantes
certezas surreais de ideais aborteiros…
A fúnebre voz de lírios augustos
ressoam aqui dentro da minha alma
no eco circular - delírios robustos -
da estrela de luz, luzerna que acalma…
Desapareceu de dentro do peito
o meu coração. O que faço agora?
Emudeço à dor carnal que deflora
a alma em musicais vazios, sem pleito?
Cidades, capitais, famas, pobrezas…
Amores, temporais: Mundo altaneiro?
Igrejas, catedrais: honra ou dinheiro?
Cantores, musicais, notas chinesas…
A seca safra, sacra e santa escreve
mas seus escritos são ardis e vagos
metáforas banais causando estragos
na mente do leitor que inda se atreve
Quando vieste bater em minha porta
como um fantasma pasmo em calafrios
por entre as catacumbas dos vazios,
vi tua natureza quase morta.
Os maus planos e seus malfeitores
prendem laços e traços em trapos
desumanos; terríveis farrapos
dominando alguns homens e cores.
São acordos criminosos
que aos gravatas dão poder
à lei juram defender
com seus verbos enganosos
mas são só peões gananciosos
querendo metas bater!
Os amores que tive outrora foram mortes
gradativas e fel infectando o meu sangue.
Agora amargo em dor; os sonhos são meus fortes
enquanto afundo só nesse intenso mangue…
São natos semeadores da desgraça;
ingratos causadores de contendas
pregam conhecimentos e usam vendas,
entregam-se à sua própria mordaça.
Não é possível medir
o seu imenso valor
pois bem no seu interior
há vidas a evoluir!
Desaceleração, brusca frenagem…
barulhos, gritos… Vozes inconstantes;
gemidos, sangue… Dores extasiantes
na palidez de estática paisagem…
Que do abismo ressurjam densos mantos
escurecendo os traumas dos bons servos;
que os lobisomens comam os eus protervos
que se fingem de bons; de mestres santos.