Ganho vida ao tocar meu violino
e d’um sonho transcendental acordo
viajando em suas notas, transbordo
num mar calmo, pacífico e divino.
Um beija-flor me beija matutino
e eu, bem delicadamente, o abordo;
prendo-me em suas asas; vou à bordo
do acaso certo como peregrino.
Este céu azul me atrai e eu concordo
decolo sem medo num desatino
pois sou do céu! Sou livre como um tordo!
E voando em busca do meu destino
do meu novo violino, recordo
então volto ao meu mundo clandestino.