Vida que Agoniza

Gustavo Valério Ferreira

A alva vida lentamente evapora
sucumbe matando o principal sonho;
Flutua no céu amargo e risonho
avermelhado, cru, turvo na aurora.

O sino maldito insinua a hora
e levemente à mão no peito ponho
sinto o último revoar tristonho
da ebúrnea alma triste que vai embora.

É penoso ver tal ato medonho
forçando a vida no passo enfadonho
a calcorrear sem aura nem glória.

Vida seca sem descanso, suponho
que a tua morte foi o único sonho
realizado em toda tua história.