Versos Negros

Gustavo Valério Ferreira

Ei! Olha a morte vindo na neblina
tragando os sonhos belos e mais novos
a morte vem ceifando com vontade
enquanto durmo sem nada esperar.

Durmo todo dia e sempre que eu acordo
não consigo dos sonhos recordar
a morte sequestrou durante o sono
e eu, eu desperto sempre sem futuro.

Pressinto a morte vindo à flor da pele
tão cruel quanto um tiro no meu peito.
Vejo que o amanhã talvez nem venha.

Mas ei! Olhe a morte indo embora agora
levando toda a minha dignidade
enquanto eu mal consigo reagir.