Não vês! Não é a vida que me anima
tampouco a busca por felicidade;
Não! Não é o futuro da humanidade
que nos fará recalibrar o clima.
Destruímos o planeta obra-prima
saciando nossa necessidade;
a natureza em flor, em puberdade
desfez-se em sonho breve, sem colima.
Nossos planos sem reciprocidade
são como aquela bomba de Hiroshima
pronta pra luzir com sonoridade.
O orbe da morte compõe a rima
e as luzes solitárias da cidade
desconhecem o mal que se aproxima.