O Vulto

Gustavo Valério Ferreira

Eu vi aquele vulto na parede
tentando proteger alguma cousa
confuso como pássaro que pousa
na vastidão da noute, mas com sede…

Naquele vulto vi sombria rede
querendo escapulir da grande lousa
com olhos rubros — fogo de quem ousa
na vastidão da noute ter mais sede!

Inerte ali fiquei amedrontado
olhando para o vulto endiabrado
mas sem nenhuma força pra detê-lo…

E o vulto num relâmpago profundo
comeu as almas vis de todo mundo
por sorte despertei do pesadelo!