O Lobo

Gustavo Valério Ferreira

As madrugadas surgem assombrosas
e o lobo, do mal, por elas vagueia
uivando às sombras que à noite permeia
em densas trevas, nuvens tenebrosas…

A lua, solitária em pesarosas
fumaças, é sua única plateia…
Lobo solitário, sem alcateia
nas noites em caçadas melindrosas…

Uivando e chorando… Por sangue anseia
em desejos carnais de carne alheia
em fomes notívagas e onerosas…

Morte noturna, sua dispineia,
mata vagarosamente a sua ideia
de jantas fartas e voluptuosas.