Neblinas nos Olhos

Gustavo Valério Ferreira

Dormimos calmamente igual lacaios;
Entregamo-nos quando o sono é forte…
Não sabemos que as noites são ensaios
para o triste dia da nossa morte.

Ingênuos a dormir feito animais
neste intenso mar somos os abrolhos
nas superfícies artificiais
co’ imensidão e neblinas nos olhos.

Este mundo cinzento - é o que vemos;
o verde há muito tempo já se foi.
As estrelas sequer apercebemos
estamo’ extintos como o peixe-boi…

Morremos de repente feito a luz
que se acende e se apaga, mas seduz.

Narração: