Nanquim Vermelho

Gustavo Valério Ferreira

Em mil novecentos e trinta e sete
o sangue humano transformou-se em tinta
a humanidade que a todos compete
foi ignorada e loucamente extinta.

Uns nipônicos mudaram a forma
de pintar a cidade de vermelho;
num jogo sádico de uma só norma:
matar, estuprar e pôr de joelho…

A morte certa, tal qual em Canudos
pediu cabeças como recompensa;
na regra doentia dos “três tudos”
permitir um viver era uma ofensa…

Sem Conselheiro, o massacre em Nanquim
foi dos massacres em massa, o estopim.

Narração: