Letras de Sangue

Gustavo Valério Ferreira

Meus diversos boçais textos, irreversíveis
em folhas de papéis vivos, brancos, funestos;
expressões anormais de anseios vagos, lestos;
gritos rotos sem paz, lágrimas descritíveis…

Letras de sangue e fel em versos insensíveis
abala a pouca fé, assoreia meus restos
no interno escurecer dos desejos honestos;
meu sangue em verso e prosa aqui: vozes fusíveis.

Meu choro apenas é sombra dos manifestos
das letras que não são simples indivisíveis
mas revelam somente os meus eus indigestos.

Meu soneto contesta e sangra em rimas críveis,
suas estrofes são ossos podres, infestos
de morte enquanto lês meus lírios desprezíveis.