Ela

Gustavo Valério Ferreira

Lá vem a minha querida donzela,
vem dançando entre os vendavais, tão pobre
e faz com que o tempo congele e dobre
nas ruas assombrosas da favela.

Anda, parando o vento com cautela
distraindo a todos com seu ar nobre
cegando-os do mal que seu mel encobre
da maneira mais mortal e singela.

O vento pérfido e candor descobre
que uma pureza divinal daquela
é algo raro e dalgum bem exprobre…

E descobriu que ela é uma sentinela
e o seu coração é um estranho alfobre
do mal e da morte que habita nela.