Coitadinha

Gustavo Valério Ferreira

De cabelos compridos e pretos
ela vem sufocada e chorosa
caminhando no escuro dos guetos
tão vazia a coitada da rosa…

Fustigada a chorar cianetos
ao luar interdito faz prosa…
Suas lágrimas são amuletos
ante a tácita dor rumorosa…

Coitadinha da triste, daquela
que cresceu e esqueceu de ser bela…
Esqueceu de crescer… De ter brilho…

Coitadinha da Rosa singela
que trabalha a chorar na janela
o fatal acidente do filho…