Cachoeira Venenosa

Gustavo Valério Ferreira

Cachoeira venenosa:
os meus olhos têm veneno
meu linguajar é ameno
minha morte é gloriosa.

Recito esta quase-prosa
um poema quase-obsceno
complicadamente pleno
na noute silenciosa.

Minha vida é só veneno
meu falecer é sereno
minha queixa é pesarosa…

Mas se meu verso é ameno
sou um poeta pequeno
minha vida é mentirosa.