Quando vieste bater em minha porta
como um fantasma pasmo em calafrios
por entre as catacumbas dos vazios,
vi tua natureza quase morta.
A tua obscura crença te conforta
e estruturando nela os teus fastios
perdeste o amargo mel dos fugidios
escritores famosos - Alma torta!
Eu não quis ver-te nessa vil desgraça
pois o teu versejar rasgou a pele
do tempo e o despertou do vale de ossos…
Tua literatura sem mordaça
foi tão pura que até hoje repele
a seca safra lírica dos Poços!
Em memória do fabuloso,
eterno e Solitário poeta-mor,
Augusto dos Anjos