Presa neste céu solitário, a lua
vai morrendo nas noites devagar;
enquanto nós dormimos, a sonhar,
os poetas sua morte atenua…
Talvez já seja o fantasma da lua
na escuridão longínqua a postergar
a morte que cedo ou tarde virá
(a morte que co’ a vida compactua)…
E quando este dia ruim chegar
a lua, aos poucos, se apagará
na solidão terna que à noite estua…
Sem enfeites o céu não brilhará,
o namorado não namorará
e o amor perder-se-á no meio da rua…