A Coruja

Gustavo Valério Ferreira

Está escuro e a coruja aparece
voando e emitindo seu som temido
horripilante canto num grunhido
de medo, até a alegria fenece.

E esse medo, em mim, inda permanece;
em arrepios, fico estarrecido,
sem qualquer ação, travado e tolhido…
Só me resta iniciar uma prece.

A coruja, num eco combalido
deixou-me levemente entorpecido
e assim, minha vaga vida esmorece…

E a coruja, num ataque aturdido
pegou-me no escuro, desprevenido,
comeu os meus olhos… A morte amor tece…