O Ponto
Há um ponto final nas frases dessa vida.
É o ponto normal que no corpo ponteia.
Ponto-fogo fatal que até nos desnorteia.
Ponte paranormal d’água desconhecida.
Há um ponto final nas frases dessa vida.
É o ponto normal que no corpo ponteia.
Ponto-fogo fatal que até nos desnorteia.
Ponte paranormal d’água desconhecida.
Há milhares de sóis no universo do verso,
há galáxias de luz luzindo belas rimas,
há grandezas além do que tu vês e estimas:
cada letra é um sol no verso do universo.
Não foi a morte quem abraçou a minh’alma
foi minh’alma soturna e asmática e devassa
que co’ ela se abraçou. Entregue a vida crassa,
não houve alternativa: A morte trouxe calma.
Meus diversos boçais textos, irreversíveis
em folhas de papéis vivos, brancos, funestos;
expressões anormais de anseios vagos, lestos;
gritos rotos sem paz, lágrimas descritíveis…
Entrar fora do mundo ousando descobertas
exigiu ambição e gran’ tecnologia;
Vermelhos Sociais dalém da guerra-fria
criaram nova base e geraram alertas…
Os sons da morte têm vida e graves tinidos;
metálicos faróis de pólvora ecoando
na cabeça sangrenta; há almas ressoando
no espaço assustador de astros desconhecidos.
Neste eterno arrastar, destroços e cabelos
estão a revoar em sonhos desprezíveis
querendo ultrapassar os mais difíceis níveis
da vida crua em flor; conseguirei vencê-los?
O verbo ódio nasceu e causou grande impacto;
à luz escureceu esplendorosas vozes
desfazendo o apogeu das vítimas e algozes
ruindo a solidão num modo mais compacto.
Órbitas morais em fatais caveiras,
errantes e lastimáveis viventes,
caricatas figuras vis, doentes
cruzando a morte e a vida nas fronteiras.
A alva vida lentamente evapora
sucumbe matando o principal sonho;
Flutua no céu amargo e risonho
avermelhado, cru, turvo na aurora.
O voo belo sofre queda retumbante
à luz fúnebre, sob a lua inesperada;
pétalas que despedaçam à alma brilhante
na música silente, silente pancada.
A tal paixão não é insana
ela é pura e soberana,
nobre, quieta e bacana
(e do coração emana)…
Ei! Olha a morte vindo na neblina
tragando os sonhos belos e mais novos
a morte vem ceifando com vontade
enquanto durmo sem nada esperar.
Eu perdi a chave que abre o meu peito
trancado para sempre hei de ficar;
Portanto irei apenas amargar
na busca insana por algum efeito…
Chuva de sangue em dia purulento:
quanto vale uma vida quase humana?
A bala é forte e corta até o vento…
redefinição do fim de semana?
Dormimos calmamente igual lacaios;
Entregamo-nos quando o sono é forte…
Não sabemos que as noites são ensaios
para o triste dia da nossa morte.