Deitar-se em versos do mais ledo horror
ao descrever o tão cruel vazio
É como o altar do meu mais negro amor
chovendo os ais durante o crasso estio…
E em tua pele mórbida, um tumor
emurchecendo o teu mais belo brio…
Mas neste sórdido e perturbador
poema, apenas és um sonho frio.
Escravo preso ao teu condão medonho
concedo o amor ao sangue que despejo
enquanto quedo, afundo nesse sonho
e perco a essência para o teu desejo…
Estarrecido, a mão no peito ponho…
Sob tua pólvora a este mar rastejo
ensaguentado e fraco, mas risonho
eu solto um cuspe em teu boçal cortejo!
Versos
1, 3, 5, 7, 10, 12, 14 e 16
por Gabriel Zanon Garcia
Versos
2, 4, 6, 8, 9, 11, 13 e 15
por Gustavo Valério Ferreira