Corrida Volátil

Gustavo Valério Ferreira

Na frequência do medo, perplexo
Afundei em visões e fracassos…
No torpor do desejo e do sexo
A luxúria travou os meus passos…

Soluções arbitrárias surgiram
Pra manter-me naquele disfarce.
Mas, um dia, meus sonhos ruíram
Provocando uma enorme catarse.

E naquela visão desalmada
Descobri o maior dos engodos
Retirei, dos meus olhos, os lodos
E lancei-me no fundo do Nada!

Ao cair, revisei o passado:
De que vale viver na corrida
Por prazeres voláteis da vida
E manter-se vazio e quebrado?