Asas negras pairando no escuro
sob as ruas vazias e amargas…
São as asas mortais do futuro
bem abertas, sombrias e largas…
Apesar de soturnas e leves
trazem pesos e dores e invernos…
No silêncio das noites, em neves
caem sobre os casebres modernos…
Asas brancas pairando nos ares
sob as casas em choro profundo…
São as asas vitais, tissulares
equilíbrios das dores do mundo!