Canto à morte e rasgo o peito ao meio, fujo qual jaguar que a dor castiga, busco solução mas acho briga… Não encontro base, só receio…
O ar pesado: o peito o algoz comprime… Olhos choram ácidos, viroses… Sol, que sol? Que céu? Visões? Neuroses? Nego a dor que sinto… Falso crime?
Quedo, calmo, morro e não aceito tal pesar repleto de amargura… Vou, a divagar ou porventura ressurgir de dentro deste peito!
Anoitecendo em vendavais incertos e sucumbindo aos pesadelos tristes em vãos lamentos lancinantes vistes a luz final por entre os céus abertos!
Naquele instante os olhos bem despertos perante as sendas de álacres palmistes quiseram compreender, mas desististes dos tais conhecimentos descobertos!
E assim acomodado e sonolento perdestes o calor e em fingimento os vossos olhos criaram novos muros…
E triste descansastes em lamentos de sonhos matinais sanguinolentos e a luz final por entre os céus escuros.
Assim que acordei mirei no horizonte dois passos andei e os olhos arderam senti-me mui mal, meus céus forneceram um sonho abissal na face simbionte
Pesar, aflição… estou bem defronte da cruel devoção dos que pereceram buscando as marés que nunca volveram… E molho os meus pés no sonho eucarionte…
O que vem depois do ardor rigoroso? A lua de fel do crasso amistoso? O tácito audaz com a sua vil máscara?
Cegaram-se dois dos olhos ansiosos turvaram o mel perante os vaidosos que pregam a paz na forma de Bháskara.
Joguei os fatais jogos ignorantes navegando em naus feitas por terceiros… Sofri colisões pelas incessantes certezas surreais de ideais aborteiros…
Não vencia o mar pois ventos constantes vinham balançar meus velhos veleiros; E sem alcançar Miguel de Cervantes quieto faleci ante os derradeiros
tempos anormais e mui produtivos… Tentei, porém, ser o vivo entre os vivos mas logo cansei do comum ataque…
Eu queria ver o recinto que ousa de nós esconder nossos Cruz e Souza, Augusto, Gullar, Machado e Bilac!
A fúnebre voz de lírios augustos ressoam aqui dentro da minha alma no eco circular - delírios robustos - da estrela de luz, luzerna que acalma…
E o tétrico ser versando aos vetustos estremece o céu, racha a própria agalma e suspenso no ar em gases combustos chuvisca meu chão e afoga meu trauma.
Eterno e anormal, escritor fantástico curaste este vil sujeito de plástico transformando o réu num brando aprendiz…
O teu legado é muito mais que orgástico é terno laurel, etéreo e monástico! Ó funéreo som, meu ser te bendiz!
Desapareceu de dentro do peito o meu coração. O que faço agora? Emudeço à dor carnal que deflora a alma em musicais vazios, sem pleito?
Ou descrevo o algoz - meu próprio defeito - nos ventos finais que levam embora tudo o que restou? E como quem chora em silêncio, sangro um verso imperfeito
buscando uma luz ou talvez a morte (versificação fatal da má sorte) para energizar o meu esqueleto
Despertando o poeta audaz e ligeiro que inda sussurrava o fel derradeiro nas estrofes deste infame soneto!