O amor que recebi morosamente bradava no meu peito em alegria trancando o frenesi que me ocorria em campos invernais do inconsciente.
O amor que recebi forçosamente sorveu-me o coração adulterino e em troca colocou um violino que toca musicais pulsantemente!
Gustavo Valério Ferreira 28/05/2020 Descompassos serenos que surgiam desse céu carregado e solitário de aflições estelares que desciam como raio venoso, legatário.
Tempestades tranquilas (pavorosas) caem fortes nas vidas depravadas libertando-as das cousas vergonhosas (falsas cores à beira das estradas).
Os eventos finais que aconteceram nessa Terra vulgívaga de medo expurgaram os homens que venderam almas como se fossem de brinquedo.
Gustavo Valério Ferreira 27/05/2020 Cantando amores antigos e secos vou caminhando às escuras nas noites, vou insultando aos delírios e açoites e vou morrendo sozinho nos becos…
Cansado e triste, adormeço triscado farto daqueles amores espúrios. Não consegui evitar os perjúrios enquanto louco cedi ao pecado…
Agora calmo, mantenho o desejo rijo e veloz de mudar fatalmente. Fui ressurreto do caos novamente e contra os males anseios pelejo!
Gustavo Valério Ferreira 26/05/2020 Pelos bordéis cruéis da vida louca, pelas calçadas, de cimento, frias tu, andarilha perspicaz, seguias e tua vida suplicava rouca…
Pelas cidades como chuva pouca eras levada pelas ventanias sem forças para levantar, sofrias eras rebelde, mui teimosa e mouca…
Não entendia teu ardil caminho Nem os motivos pra guardar o ninho Envolto em dor, flagelos e mistério…
Agora choro sem qualquer resposta Pois encontramos uma rota oposta: Eu no hospital e tu no cemitério.
Gustavo Valério Ferreira 25/05/2020 A pedra abandonada no caminho tornou-se a pedra mais indispensável. A base singular inigualável dos planos cruciais dum ser mesquinho…
Tal ser se achava amargo e mui perdido pisando sobre todos que encontrava. Seu coração em dor fluía lava de frustrações e um ódio reprimido.
Lutava tanto contra o seu barulho que internamente muito lhe aturdia nada o mudava pois nem ele via que a pedra apenas era o seu orgulho.
Gustavo Valério Ferreira 24/05/2020 Cedendo às horas tudo passa lento na solidão normal da humana lida… E sopra o vendaval que a dor valida colhendo frutos vivos desse vento…
Tragédias ou comédias são bem-vindas em tempos idos, pálidos e caros? Risonho o triste ri dos seus disparos errôneos alvos, vidas vis e findas…
Por quanto tempo vemos a mentira periclitando e bagunçando tudo? Acordaremos desse sono mudo? Morremos só enquanto o mundo gira…
Perdemos horas, tempos e promessas fingindo ser aquilo que não somos. Envelhecemos murchos em três tomos e vemos como as vidas são possessas.
Gustavo Valério Ferreira 23/05/2020 Cavalgo a morte em sepulcrais caminhos buscando sonhos nebulosos, bravos… Desejo achar a multidão de escravos que sofre e chora nos cordéis de espinhos…
E quando achá-la inundarei os mundos suspensos sós em vermelhões e medos de cantos puros, ancestrais e ledos no espelho níveo dos mortais segundos!
Gustavo Valério Ferreira 22/05/2020 Deitada, descansando em seus delírios a bela dama dorme mansamente. Desconfortável sonha e dentre os círios passeiam ternos anjos docemente…
No sonho, flores raras floresciam por dentro do seu peito e então brilhavam e como supernovas reluziam nos céus escuros que lhe atormentavam…
O sonho parecia ser eterno pra bela dama ali, acomodada… Que Deus com todo O Seu Amor paterno conceda que ela não descubra nada.
A dor do sono etéreo cresceria e não alentaria a filha amada se descobrisse que de amor morria seu velho pai ali na madrugada.
Gustavo Valério Ferreira 21/05/2020 Asas negras pairando no escuro sob as ruas vazias e amargas… São as asas mortais do futuro bem abertas, sombrias e largas…
Apesar de soturnas e leves trazem pesos e dores e invernos… No silêncio das noites, em neves caem sobre os casebres modernos…
Asas brancas pairando nos ares sob as casas em choro profundo… São as asas vitais, tissulares equilíbrios das dores do mundo!
Gustavo Valério Ferreira 20/05/2020 O peito pulsa frio como pedra… Um medo causa danos compulsórios… Pulmão de pus, de sangue que inda medra aqueles sonhos belos… Provisórios?
Alertas causam pânicos e panes… O medo pausa o peito tão descente… Enfrente o mal de frente, não enganes… O engano traz derrota permanente.
E o medo, a dor e o peso sufocantes? Farás cordões vitais indivisíveis! Terei assim vitórias confortantes? Importa ter a vida ou sonhos críveis?
Gustavo Valério Ferreira 17/05/2020 Como sabem, também faço narrações, edição e produção de videopoemas. Esse é um deles que fiz para o poeta cearense Luciano Dídimo.
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Gustavo Valério Ferreira 14/04/2020