A Luz - Luciano Dídimo
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
O soldado ferido lutando
Permanece sofrendo na lida.
Perde sangue, mas inda sangrando
Tece versos, clamor pela vida…
Nas diversas batalhas marchando…
Anoitece na mente perdida…
Amargores cruéis invernando,
A doença do nada surgida…
Quem enxerga o soldado na luta?
O degredo exaltando a labuta
e o soldado sozinho com Deus?
Cada verso de sua existência
São retalhos da própria decência
Conservando o caminho dos seus.
Soneto dedicado a um amigo em comum,
Hélio J Silva, poeta, que contraiu COVID-19
durante o trabalho como Guarda Civil durante a pandemia.
*Versos pares por Gabriel Zanon Garcia
*Versos ímpares por mim
Imensidões de sepulcrais eventos
amortalhando os musicais e os fados
nas multidões de radicais isentos
esbugalhando angelicais sagrados…
Vermelhidões e tropicais rebentos
vituperando os outonais honrados
em comunhões de capitais lamentos
assessorando os infernais em brados…
Os dramalhões disfuncionais em risos
considerando os cabedais precisos
especificam laborais exames…
Os vendilhões de cordiais favores
reconquistando comunais valores
reprecificam colossais gravames…
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Amor que desmorona lentamente
na dor que se sucede devagar…
Rancor que renascendo conivente
conforta o coração a lamentar…
Humano rotulado inteligente
arfando no beiral do patamar…
Insano evoluindo vagamente
tentando nos amores se encontrar…
Quem ama desencontra-se do caos
ou cai no descaminho da aventura
e sofre no arquipélago de Naos…
Sofrendo recupera-se do medo
ou cai nos desprazeres da amargura
e vive eternamente no degredo.
As mães das borboletas
recusam-se a voar…
De tristes ficam pretas
e perdem-se a chorar…
E tocam-se as trombetas
e o céu a lamentar
milhares de cometas…
São almas a penar!
Ouço gritos e tiros
Ambulâncias, suspiros…
E os cometas nas portas…
São as almas levadas
das crianças veladas…
Borboletas já mortas…
Foi no teu silêncio
que senti o medo
tão mortal segredo
destroçando tudo…
E no teu silêncio
enxerguei tu’alma
sem perder a calma
num ruir profundo…
Foi no teu silêncio
todo o teu sorriso
sem qualquer aviso
tão funéreo, mudo…
E no teu silêncio
sufocado e fraco
apagado, opaco
eu perdi o mundo!
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo:
Eu vi aquele vulto na parede
tentando proteger alguma cousa
confuso como pássaro que pousa
na vastidão da noute, mas com sede…
Naquele vulto vi sombria rede
querendo escapulir da grande lousa
com olhos rubros — fogo de quem ousa
na vastidão da noute ter mais sede!
Inerte ali fiquei amedrontado
olhando para o vulto endiabrado
mas sem nenhuma força pra detê-lo…
E o vulto num relâmpago profundo
comeu as almas vis de todo mundo
por sorte despertei do pesadelo!
A droga sempre passageira
arrasta muitos aprendizes
na sombra duma mensageira
que os faz pensar que são felizes.
Maria mui aventureira
fingia bem as cicatrizes
vivia pelas brincadeiras
que a droga dava após as crises…
Pra ter sentido em sua vida
seu rosto (tela tão querida)
devia estar bem maquiado…
Maria não está aflita
descansa agora bem bonita
mas dentro dum caixão lacrado.
Vislumbro a lua tão nublada
sozinha lá nos céus espúrios
suspensa, triste e defasada
por trás das nuvens em murmúrios…
Daqui, do mundo, preso ao nada
escrevo enquanto me torturo
ao ver a minha namorada
minguando o nosso amor tão puro.
Na carência do amor consentimos
que o vazio pesado do peito
ultrapasse o mais alto dos cimos.
E na falta do amor liquefeito
o vazio pesado partimos
com qualquer candidato suspeito.
Conformados gastamos os mimos
esperando que façam efeito
e cansados assim nos ferimos.