soneto

Pêndulo Da Morte

No peito o medo imprime causa e luta…

Na boca o canto ecoa fraco e breve…

Nos braços lestos há fatal conduta…

Na mente, a morte inspira, doma, escreve…

O tempo trava e cai na própria gruta,

E grita, chora e clama à negra neve…

No poço fundo, o tempo o medo escuta…

E treme, cansa, sua e, então, faz greve…

Sem tempo, agora, o medo é grande e forte…

Sem tempo, o mundo cai na própria sorte…

E a sorte é um poço fundo, vasto e largo…

No peito humano habita luta e causa,

Mas dores tesas nunca fazem pausa.

E o humano morre sem qualquer embargo.

Gustavo Valério Ferreira

← Recentes— Início —Antigos →