A pouca força força o homem à forca… Na fossa, fita os olhos da frieza… E, fraco, faz-se frágil e, já sem fôlego, Fenece à fútil frase da Fraqueza…
Nos sonhos somos simples firmamentos… Sonâmbulos surfando a morte à foz… Sem forças, somos frouxos filamentos: Flagelos fictícios dos Anzóis…
Martelos matam mais que mil heróis… Os Mitos imorais não são modelos… Se há mácula no manto, não há glória… Se há glória e sangue humano, falta zelo… Se falta zelo, falta-nos memória…
A louca força força o Homem à forca: Enforca os seus iguais o tal Herói… Feliz, mantém o medo que lhe mói, Enquanto morre à míngua pela boca.
Num pântano repleto de ossaturas Suspenso, vi-me sob um céu vermelho… Caindo como chuva as desventuras Puseram-me, aos poucos, de joelho…
Eu quis aproveitar o medo e a fuga, Fitando, tristemente, mais estrelas… Não pude, pois o Som que me conjuga Gangrena os meus tecidos por revê-las!
As chamas merencórias do Infinito Acendem todo o céu, de canto a canto! Sentindo cada verso aqui descrito Conservo a sombra esquálida do Espanto!
Com toques imortais, a dor vazia Acalma a minha alma soluçante… De um lúgubre destino à poesia, O adeus carrega o peso de um gigante…
Não lembro se perdi num crematório As cinzas do que fui enquanto vivo… Mas sei que em meu caminho transitório Deixei de ser um espírito cativo!
Deitado em meu caixão, abarrotado, Abri os olhos ante o pesadelo… Não via nem sequer o meu legado Nem chance de fazer algum apelo.
Rendido para sempre à eternidade E ao medo inconsciente de outras eras, Um surto me provoca frialdade: É a fome celular de mil moneras!
As curvas do teu corpo e teus cabelos Atraem o meu frágil coração… E, preso nessa doce sensação, Descubro o grande livro de mil selos…
Quem dera me prender nos teus novelos Enquanto teces tranças sobre mim! Queria descobrir-te, amor, enfim… Vencer os teus milhões de pesadelos…
Mas, como hás de me ver, ó doce jovem, Se, nesse mundo onde te prendeste, As mil Estrelas nunca te comovem Nem há, no céu azul, a Luz celeste?
Estou aqui diante dos teus olhos Revendo o pensamento que escreveste… Precisas retirar os teus antolhos E ver que estive aqui, mas não quiseste!