Anoitecendo em vendavais incertos e sucumbindo aos pesadelos tristes em vãos lamentos lancinantes vistes a luz final por entre os céus abertos!
Naquele instante os olhos bem despertos perante as sendas de álacres palmistes quiseram compreender, mas desististes dos tais conhecimentos descobertos!
E assim acomodado e sonolento perdestes o calor e em fingimento os vossos olhos criaram novos muros…
E triste descansastes em lamentos de sonhos matinais sanguinolentos e a luz final por entre os céus escuros.
Assim que acordei mirei no horizonte dois passos andei e os olhos arderam senti-me mui mal, meus céus forneceram um sonho abissal na face simbionte
Pesar, aflição… estou bem defronte da cruel devoção dos que pereceram buscando as marés que nunca volveram… E molho os meus pés no sonho eucarionte…
O que vem depois do ardor rigoroso? A lua de fel do crasso amistoso? O tácito audaz com a sua vil máscara?
Cegaram-se dois dos olhos ansiosos turvaram o mel perante os vaidosos que pregam a paz na forma de Bháskara.
Joguei os fatais jogos ignorantes navegando em naus feitas por terceiros… Sofri colisões pelas incessantes certezas surreais de ideais aborteiros…
Não vencia o mar pois ventos constantes vinham balançar meus velhos veleiros; E sem alcançar Miguel de Cervantes quieto faleci ante os derradeiros
tempos anormais e mui produtivos… Tentei, porém, ser o vivo entre os vivos mas logo cansei do comum ataque…
Eu queria ver o recinto que ousa de nós esconder nossos Cruz e Souza, Augusto, Gullar, Machado e Bilac!
A fúnebre voz de lírios augustos ressoam aqui dentro da minha alma no eco circular - delírios robustos - da estrela de luz, luzerna que acalma…
E o tétrico ser versando aos vetustos estremece o céu, racha a própria agalma e suspenso no ar em gases combustos chuvisca meu chão e afoga meu trauma.
Eterno e anormal, escritor fantástico curaste este vil sujeito de plástico transformando o réu num brando aprendiz…
O teu legado é muito mais que orgástico é terno laurel, etéreo e monástico! Ó funéreo som, meu ser te bendiz!
Desapareceu de dentro do peito o meu coração. O que faço agora? Emudeço à dor carnal que deflora a alma em musicais vazios, sem pleito?
Ou descrevo o algoz - meu próprio defeito - nos ventos finais que levam embora tudo o que restou? E como quem chora em silêncio, sangro um verso imperfeito
buscando uma luz ou talvez a morte (versificação fatal da má sorte) para energizar o meu esqueleto
Despertando o poeta audaz e ligeiro que inda sussurrava o fel derradeiro nas estrofes deste infame soneto!
Os amores que tive outrora foram mortes gradativas e fel infectando o meu sangue. Agora amargo em dor; os sonhos são meus fortes enquanto afundo só nesse intenso mangue…
O meu inócuo amor envolveu-se em esportes alheios; mergulhou até ficar exangue. A minha alma sorriu ao receber os cortes na própria pele pura e pálida, mas langue…
Porém nada aprendi exceto o sofrimento que muito me aturdiu, pôs-me em constrangimento e depois me humilhou - O pesar me completa.
Os amores em vão são só perdas de tempos quebram o coração; infames contratempos mataram-me sem dó… forçaram-me a ser poeta.
Em dezembro do ano passado entrevistei o poeta Danilo Soares; conversamos sobre vários acontecimentos da vida do poeta e também sobre o seu primeiro livro, “Versos Substanciais”, lançado no mesmo ano pela editora Hope. O poeta foi bastante receptivo e extrovertido e ainda nos deu a informação de que estava trabalhando na produção do seu segundo livro.
Pois bem, o poeta além de ter nos concedido uma fabulosa entrevista que pode ser conferida aqui
e dado a notícia a cerca do novo livro, também nos deu a honra de mostrar um pouquinho do seu novo trabalho que será lançado ainda este ano. O nome da obra é “Versos Existenciais” e traz uma coleção de poemas riquíssimos da cultura nordestina, contos regionalistas e também aborda elementos da cultura indígena.
Danilo Soares
Mas não pense que a obra limita-se a isso! Segundo o autor, a obra também carrega em si frutos da filosofia e da arte.
O livro será publicado pela editora recém-nascida Epopeia, que será ainda mais fortalecida com a finalização dessa incrível obra de arte!
Poema Sufoco Humano
A obra contém ilustrações feitas pela jovem e talentosa Melkenia Miranda, também paraibana que com grande maestria e autenticidade desenvolve incríveis ilustrações que combinam com o teor jovial e ao mesmo tempo regional da obra.
A obra tem muita coisa que a faz ser completa, além das ilustrações lindas produzidas por Melkenia, tem uma diagramação temática e uma capa maravilhosa feita pelo Anderson Costa. Também posso dizer que o livro está bem revisado, pois minha antiga professora, Glicéria Tavares, fora quem esteve responsável. Com isso, estou bem firme para publicar Versos Existenciais. Fizemos um trabalho lindo". - disse Danilo Soares.
Quero parabenizar a todos os envolvidos na produção dessa obra! A capa ficou incrível e acredito fortemente que o trabalho inteiro é de altíssima qualidade!
Estou certo de que essa nova obra do nosso jovem poeta, virá para enriquecer ainda mais a cultura paraibana e nordestina, e mostrar para todos os brasileiros que nossos jovens não morreram para a arte, que ela ainda existe bem vívida e renascente no peito nordestino!