Gustavo Valério

O Poeta Notívago

Maus Planos

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Os maus planos e seus malfeitores
prendem laços e traços em trapos
desumanos; terríveis farrapos
dominando alguns homens e cores.

Dos maus planos ressurgem horrores
que transformam os homens em sapos
e mulheres em bruxas; tais fiapos
movem cordas malinas e amores.

Dissabores que trazem ferozes
e felizes lembranças atrozes
(castigantes fatores fatais)

desacordam-nos ante os algozes
pesadelos banais dos velozes
desenganos de planos vitais.

O Povo

Gustavo Valério Ferreira

Sexteto

São acordos criminosos
que aos gravatas dão poder
à lei juram defender
com seus verbos enganosos
mas são só peões gananciosos
querendo metas bater!

Ante o povo só promessas
de leis e verbas trazer
não cansam de prometer
em mentiras mal expressas
e com fábulas impressas
fazem seu povo sofrer.

Desejo que o povo acorde
e comece a perceber
quem dá tem que receber
inda que alguém não concorde
o povo é seu próprio Lorde
pois do povo é o Poder!

Esportes Alheios

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Os amores que tive outrora foram mortes
gradativas e fel infectando o meu sangue.
Agora amargo em dor; os sonhos são meus fortes
enquanto afundo só nesse intenso mangue…

O meu inócuo amor envolveu-se em esportes
alheios; mergulhou até ficar exangue.
A minha alma sorriu ao receber os cortes
na própria pele pura e pálida, mas langue…

Porém nada aprendi exceto o sofrimento
que muito me aturdiu, pôs-me em constrangimento
e depois me humilhou - O pesar me completa.

Os amores em vão são só perdas de tempos
quebram o coração; infames contratempos
mataram-me sem dó… forçaram-me a ser poeta.

Atores Reais

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

São natos semeadores da desgraça;
ingratos causadores de contendas
pregam conhecimentos e usam vendas,
entregam-se à sua própria mordaça.

Entre si fazem grupos e fumaça
sinônima das loucas reprimendas;
dissimulam paixões vis e vincendas
enquanto pouco a pouco o mal espaça.

Podem fazer o bem, porém são maus
e suas maldades são também os vaus
que lhes mantém de pé putrefazendo.

Humanos quando não estão atuando
estão quietos dormindo e sussurrando
que são os heróis deste mundo horrendo!

Versos Existenciais é o Novo Livro do Poeta Paraibano Danilo Soares

Gustavo Valério Ferreira

Notícia

Sumário
Versos Existenciais
Versos Existenciais

Em dezembro do ano passado entrevistei o poeta Danilo Soares; conversamos sobre vários acontecimentos da vida do poeta e também sobre o seu primeiro livro, “Versos Substanciais”, lançado no mesmo ano pela editora Hope. O poeta foi bastante receptivo e extrovertido e ainda nos deu a informação de que estava trabalhando na produção do seu segundo livro.

Novo Trabalho

Pois bem, o poeta além de ter nos concedido uma fabulosa entrevista que pode ser conferida aqui e dado a notícia a cerca do novo livro, também nos deu a honra de mostrar um pouquinho do seu novo trabalho que será lançado ainda este ano. O nome da obra é “Versos Existenciais” e traz uma coleção de poemas riquíssimos da cultura nordestina, contos regionalistas e também aborda elementos da cultura indígena.

Danilo Soares
Danilo Soares

Mas não pense que a obra limita-se a isso! Segundo o autor, a obra também carrega em si frutos da filosofia e da arte.

Nova Editora

O livro será publicado pela editora recém-nascida Epopeia, que será ainda mais fortalecida com a finalização dessa incrível obra de arte!

Poema Sufoco Humano
Poema Sufoco Humano

A obra contém ilustrações feitas pela jovem e talentosa Melkenia Miranda, também paraibana que com grande maestria e autenticidade desenvolve incríveis ilustrações que combinam com o teor jovial e ao mesmo tempo regional da obra.

Participações

A obra tem muita coisa que a faz ser completa, além das ilustrações lindas produzidas por Melkenia, tem uma diagramação temática e uma capa maravilhosa feita pelo Anderson Costa. Também posso dizer que o livro está bem revisado, pois minha antiga professora, Glicéria Tavares, fora quem esteve responsável. Com isso, estou bem firme para publicar Versos Existenciais. Fizemos um trabalho lindo". - disse Danilo Soares.

Conclusão

Quero parabenizar a todos os envolvidos na produção dessa obra! A capa ficou incrível e acredito fortemente que o trabalho inteiro é de altíssima qualidade!

Estou certo de que essa nova obra do nosso jovem poeta, virá para enriquecer ainda mais a cultura paraibana e nordestina, e mostrar para todos os brasileiros que nossos jovens não morreram para a arte, que ela ainda existe bem vívida e renascente no peito nordestino!

Amazônia

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Não é possível medir
o seu imenso valor
pois bem no seu interior
há vidas a evoluir!

Outras formas de existir
que podem causar horror
mas contém raro vigor
e fórmulas de emitir

sons e cantos naturais
belos, puros, colossais
que movem parte dos mundos.

São os coros animais
in natura em musicais
ricos, raros e profundos!

O Acidente

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Desaceleração, brusca frenagem…
barulhos, gritos… Vozes inconstantes;
gemidos, sangue… Dores extasiantes
na palidez de estática paisagem…

Sombra atônita, tácita e selvagem
infeccionou os ares instigantes
com medos, fatos, cores perfurantes
e também com fatal e eterna viagem…

Olhos fechados, corpos bem abertos
na avenida dos casos mal cobertos
há flagrantes flagrados por normais.

O tão nobre acidente cotidiano
teve a repercussão mais forte do ano.
Quem disse que os valores são iguais?

Mantos Abismais

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Que do abismo ressurjam densos mantos
escurecendo os traumas dos bons servos;
que os lobisomens comam os eus protervos
que se fingem de bons; de mestres santos.

Desçam, ó chuvas negras, pelos cantos
asmáticos dos homens; dos seus nervos
arrancando sem dó os vis acervos
maléficos que são tontos e tantos…

Ó mantos negros, véu de morte e sorte
desate-se nos pravos e os aborte;
corte o mal pela raiz antes que cresça.

Chuvas venosas, chuvas redentoras
expurgue as tezes más e malfeitoras
com a tua mais funérea lama espessa!

Duas Estrelas

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

As brilhantes figuras que fulguras
nesse puro semblante imaculado
trazem-me alento; sinto-me sagrado
por tamanha leveza e por ternuras.

Despejas ternos brilhos às escuras
noites gélidas sobre o meu mofado
e tenro peito e queima-o! Já viciado
estou nesse candor de belezuras!

E quando eu sinto o peso do teu brilho
comprimindo minha alma, livre trilho
em pistas siderais. Como esquecê-las?

Impossível perder tais céus tranquilos
clareados pelos sóis dos teus pupilos
pois os teus olhos são duas estrelas!

Duas Luas

Gustavo Valério Ferreira

Soneto

Ó formas circulares, róseas, belas
formas perfeitas, mágicas, divinas!
De delícias supremas, cruas, finas
das panteísticas formas paralelas!

Fórmulas doutras formas, das singelas
noites quentes, sonoras, cristalinas…
Ó formas geradoras de neblinas,
de cantos matinais de áureas gazelas!

Formas aveludadas, castas, leves,
perfumosas e suaves como as neves
pálidas e sutis dos meus anseios.

São as formas das fórmulas mais puras
das quimeras sensuais das formosuras
são as luas celestes dos seus seios!