Ramos e Espinhos - Luciano Dídimo
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Nas sombras dos comboios de catervas
Alguns Demônios riem das chacinas…
Trabalham para que as carnificinas
Ocultem vidas mortas em Conservas…
Não sofrem pelas guerras sem reserva,
Apenas alimentam vãs doutrinas…
Traindo suas próprias disciplinas
Ofuscam as centelhas de Minerva…
O mundo cego e já estupefato
Transmite o ódio em forma de bondade…
Assim, a nossa frágil humanidade
Não vê a morte no soldado nato…
Em busca do próprio destaque
Subiu um Cadáver no escuro
Querendo que um flébil ataque
Quebrasse ou rompesse meu Muro…
Coitado do Vulto inocente
Alheio à malícia discente
Alegra-se à frágil vitória…
Depois do ataque impreciso
O eco do seu prejuízo
Foi sangue sem letra ou memória…
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
A cada passo, um passe… Tomo posse
Do afago que me afoga no Prefácio…
O tempo-espaço passa e se contorce
Na última flor do Lácio…
Nas rotas e rotinas das Retinas
É mais fácil observar que absorver…
Pessoas têm seus Ramos, mas as rimas
Arrotam raro prazer…
Em cada passo pulsam várias sílabas…
A forte deve ser a predileta?
Nas frases soariam várias cítaras!
Mas o primata se tornou poeta…
O sofrimento cintilante impera
No reino humano, onde o amor suspira…
A vida sofre e todo o céu delira:
A morte espreita nossa atmosfera…
A nossa mente - nosso firmamento -
Anuviada e cheia de temores,
No retumbar de lúridos tambores
Ostenta o medo mais sanguinolento…
O sofrimento que cintila, ofusca
Toda a visão do homo sapiens sapiens…
A imensidão preenche com miragens
Cada centímetro da nossa busca.
Se a vida sofre, evolui também!
Pois nossa mente é como um armazém
Guardando tudo, até a morte brusca…
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Nas asas da desgraça me perdi
Caindo no buraco que cavei…
À noite, tudo escuro, então, não vi
O monstro humano que me transformei…
A lua, lá no topo, me encarando
Como se eu fosse lobo ou lobisomem…
O medo, no meu peito, soluçando
Enquanto as cores mortas me consomem…
O céu é tão pequeno… Posso ver!
O escuro veste a noite de mansinho…
Estrelas são as almas que, cedinho,
Sucumbem ao terror do amanhecer…
No fundo do buraco, só, padeço
Sem descobrir jamais o meu lugar…
Percebo todo o céu a me julgar
Enquanto, lentamente, anoiteço…
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Mais uma produção minha sob encomenda do poeta cearense Luciano Dídimo.
Na frequência do medo, perplexo
Afundei em visões e fracassos…
No torpor do desejo e do sexo
A luxúria travou os meus passos…
Soluções arbitrárias surgiram
Pra manter-me naquele disfarce.
Mas, um dia, meus sonhos ruíram
Provocando uma enorme catarse.
E naquela visão desalmada
Descobri o maior dos engodos
Retirei, dos meus olhos, os lodos
E lancei-me no fundo do Nada!
Ao cair, revisei o passado:
De que vale viver na corrida
Por prazeres voláteis da vida
E manter-se vazio e quebrado?
Eis o medo que separa:
Coração que pulsa, para…
É um som que reverbera
Musicais da Nova Era…
Traz ao homem que delira
Milenares tons da Lira…
Sacra Lira que vigora
Do vazio do peito afora…
Eis o medo que sutura:
Coração sofrendo, cura.